John e Julie Gottman, psicólogos e pesquisadores americanos, estudaram durante anos o que leva um casal a uma separação ou divórcio.
Em suas pesquisas identificaram 4 padrões de comportamento que todos nós já apresentamos em nossos relacionamentos, não só conjugais, mas com pessoas em geral.
Esses padrões foram nomeados pelos pesquisadores como os 4 cavalheiros do apocalipse nas relações, fazendo uma analogia com o livro de apocalipse 6:1-17 da bíblia, que traz os quatro fatores que levam a humanidade à destruição.
Esses 4 cavalheiros trazidos por John e Julie são:
1 - CRITICISMO
É quando você atribui ao outro a culpa pelo que está dando errado no relacionamento, como sendo consequência do jeito de ser do outro, traços negativos da sua personalidade, de modo que a discussão de um problema acaba se tornando um ataque global à identidade do parceiro, sendo comum expressões generalistas para enfatizar algo negativo que o outro faz :
"você sempre.... ou você nunca..."
Frases como:
"Você é egoísta, só pensa em você".
" Você vive voando, não presta atenção em nada"
" Como você é preguiçoso, não lavou a louça de novo."
" De novo você acreditou nela, você é sempre tão ingênua."
Porém, criticar e apontar os defeitos do outro, não resolve nada, só aumentam as brigas e a falta de conexão entre o casal. Não existem críticas construtivas, mas diálogos construtivos, sem ataques, sem ofensas, com sugestões de resolução e com muita amorosidade e paciência. Você também tem defeitos, não é perfeito, e precisa melhorar uma série de coisas também. Lembre sempre disso. É fácil conversar sem alterar os ânimos, não, mas é possível e necessário aprender.
2- DEFENSIVIDADE
Após receber uma crítica, é comum se adotar uma postura defensiva ou de vítima e tentar se defender do que considera ser um ataque do companheiro, em vez de procurar entender o que ele ou ela está lhe dizendo, por exemplo:
Atacar o outro: "Ah, não sou só eu que faço isso? Você também faz!"
Proclamar inocência: "Eu não fiz nada disso, você precisa acreditar em mim..." e lá vem uma longa e tortuosa história para justificar e mostrar-se inocente.
Mostrar-se ultrajado: "Como é que você tem coragem de pensar isso de mim?"
Choramingar/bancar a vítima: "Você acha que eu faço tudo errado. Eu não devo servir pra nada mesmo..."
Quando esse padrão ocorrer e você se sentir atacado, ameaçado, criticado, julgado pelo outro, pare, respire, tente entender a mensagem que o outro está querendo lhe transmitir, não revide na mesma moeda. Por vezes você acha que foi atacado, mas pode ter sido uma interpretação sua. Certifique-se perguntando ao seu parceiro o que ele quer dizer com tais colocações, pois você quer entender para ver no que pode melhorar. E se ele realmente te ameaçou, ofendeu, diga que se sentiu ofendido e está triste por isso, mas não reaja atacando também, pois isso não vai resolver e só vai piorar a discussão.
3- DESPREZO
Existe coisa pior do que perceber que seu companheiro te despreza, não reconhece o seu valor, tem nojo de você?
Desprezar é se colocar em uma posição de superioridade em relação ao outro, desqualificando-o.
Zombar, ironizar, menosprezar, desacreditar, desautorizar, duvidar da capacidade do parceiro, ofender...
O desprezo destrói a admiração, o carinho e o respeito entre o casal. Nesse sentido é fundamental lembrar que todos temos qualidades, virtudes, e estas devem ser reconhecidas. Apontar os defeitos acaba com a autoestima do outro, suga suas forças e motivação para melhorar. Por que você se mantém na relação com uma pessoa que você não admira e não acredita? Não seria melhor deixá-la seguir a vida em paz? Ou que tal passar a admirá-la e incentivá-la?
4- BLOQUEIO OU OBSTRUÇÃO
É quando a pessoa se fecha em si mesma e recusa-se a interagir com o outro, obstruindo qualquer possibilidade de diálogo ou de cooperação.
O obstrutor pode se retirar do local, sair no meio de uma conversa ou não esboçar nenhuma reação e deixar a outra pessoa com a sensação de que está falando com as paredes.
Esse é um padrão comum em homens na comunicação.
A parte atingida vê esse afastamento com desinteresse, enquanto que o obstrutor vê como necessidade de ter um espaço para respirar ou ficar em silêncio.
Todos esses padrões disfuncionais de interação nos relacionamentos são aprendidos desde á infância, pelos modelos parentais, principalmente. A forma como nossos pais se comunicavam e interagiam entre eles, acabamos incorporando, aprendendo, e reproduzimos em nossos relacionamentos amorosos.
Por isso a importância de reconhecer quais desses padrões você costuma ter na relação com seu parceiro e aprender formas mais funcionais de interação e comunicação.
Assim, será possível construir relacionamentos saudáveis, felizes.
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Carolinne Montes Baptista
Psicóloga CRP08/09981
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